Ushuaia, 28 de agosto de 2013.
Manhã de sol,
temperatura variando entre -2 e 2º.C. Saimos as 9h com a agencia de
turismo em direção ao Cerro Suzana até a estação do Trem do Fim do Mundo. O
percurso é de 7km, que é percorrido em 1 hora, numa Maria Fumaça que leva
vagões cheios de turistas.
O trem vai bem devagar o que achei bom porque assim pudemos
desfrutar da paisagem e tirar muitas fotos e filmar alguns trechos. Durante o
percurso ouvíamos um pouco da história desse trem.
O povoado de Ushuaia foi fundado no final do século XIX por
uma decisão do governo para marcar presença nesse território final da
Patagônia. Decidiram então construir um presídio. Iniciaram a construção no
final do século XIX e o presídio foi inaugurado em 1918. Os presos foram
trazidos para Ushuaia e iniciaram a construção da ferrovia, por onde hoje passa
o trem do Fim do Mundo.
Inicialmente a ferrovia ligada o Centro de Ushuaia, onde se
localizava o presídio e terminava na entrada do Parque Nacional, que naquela
época não era um parque ecológico.
Os presos tomavam o trem, que era totalmente aberto, todos
os dias da semana, exceto o domingo, e iam cortar árvores para a calefação do
presídio e para uso na cozinha. Passavam o dia cortando árvores, ranchavam
(almoçavam) cada um a sua ração, que eles mesmos preparam no próprio local de
trabalho. Comiam sentados no chão e no final da tarde voltavam para o presídio.
Os presos também se encarregavam da construção de casas e do porto de Ushuaia.
O presídio foi desativado ainda no início do séc. XX.
Por volta dos anos 1940, um abalo sísmico de 8 graus da
escala Richter destruiu a ferrovia. Anos mais tarde uma empresa particular
reconstruiu os últimos 7 Km da ferrovia do Trem do Fim do Mundo e, que hoje é
destinada somente ao turismo.
Li na Internet vários
comentários desfavoráveis sobre o passeio no Trem do Fim do Mundo, pura maldade, na minha
opinião o passeio valeu muito à pena. Adorei o trem, a parada para fotos, a
história que foi contada, enfim, recomendo muito, não deixem de fazer esse
passeio. Acho que no inverno é a única maneira de percorrer aquele local,
devido a quantidade de neve.
Chegamos no Parque, mas foi só para tomar a van e percorrer
os últimos 25 quilômetros da autovia Panamericana, que começa no Alaska e
termina na baía de Lapataia em Ushuaia. Durante o percurso se iniciou uma
nevasca, primeiro dia de neve intensa. Descemos da van na baía de Lapataia, do
lado Argentino, bem na divisa com o Chile, quer dizer, na linha imaginária que
determina que a 100 metros dali de onde estávamos já era o Chile. Não existe
ali qualquer controle de imigração, o controle se faz bela barreira natural dos
Andes e das baixíssimas temperaturas. Não há cidade por perto.
Adoramos andar sob a neve, um frio de rachar. Pés e mãos
congelados. A ponta do nariz também ficou até dormente.
Primeira parte do passeio concluída. Adorei andar sobre a
neve e sob a neve mas, ver a neve caindo de dentro da van, sem dúvida é muito
mais confortável.