quinta-feira, 29 de agosto de 2013

No Trem do Fim do Mundo

Ushuaia, 28 de agosto de 2013.

Manhã de sol,  temperatura variando entre -2 e 2º.C. Saimos as 9h com a agencia de turismo em direção ao Cerro Suzana até a estação do Trem do Fim do Mundo. O percurso é de 7km, que é percorrido em 1 hora, numa Maria Fumaça que leva vagões cheios de turistas.

O trem vai bem devagar o que achei bom porque assim pudemos desfrutar da paisagem e tirar muitas fotos e filmar alguns trechos. Durante o percurso ouvíamos um pouco da história desse trem.

O povoado de Ushuaia foi fundado no final do século XIX por uma decisão do governo para marcar presença nesse território final da Patagônia. Decidiram então construir um presídio. Iniciaram a construção no final do século XIX e o presídio foi inaugurado em 1918. Os presos foram trazidos para Ushuaia e iniciaram a construção da ferrovia, por onde hoje passa o trem do Fim do Mundo.

Inicialmente a ferrovia ligada o Centro de Ushuaia, onde se localizava o presídio e terminava na entrada do Parque Nacional, que naquela época não era um parque ecológico.

Os presos tomavam o trem, que era totalmente aberto, todos os dias da semana, exceto o domingo, e iam cortar árvores para a calefação do presídio e para uso na cozinha. Passavam o dia cortando árvores, ranchavam (almoçavam) cada um a sua ração, que eles mesmos preparam no próprio local de trabalho. Comiam sentados no chão e no final da tarde voltavam para o presídio. Os presos também se encarregavam da construção de casas e do porto de Ushuaia.

O presídio foi desativado ainda no início do séc. XX.

Por volta dos anos 1940, um abalo sísmico de 8 graus da escala Richter destruiu a ferrovia. Anos mais tarde uma empresa particular reconstruiu os últimos 7 Km da ferrovia do Trem do Fim do Mundo e, que hoje é destinada somente ao turismo.

 Li na Internet vários comentários desfavoráveis sobre o passeio no Trem do Fim do Mundo, pura maldade, na minha opinião o passeio valeu muito à pena. Adorei o trem, a parada para fotos, a história que foi contada, enfim, recomendo muito, não deixem de fazer esse passeio. Acho que no inverno é a única maneira de percorrer aquele local, devido a quantidade de neve.

Chegamos no Parque, mas foi só para tomar a van e percorrer os últimos 25 quilômetros da autovia Panamericana, que começa no Alaska e termina na baía de Lapataia em Ushuaia. Durante o percurso se iniciou uma nevasca, primeiro dia de neve intensa. Descemos da van na baía de Lapataia, do lado Argentino, bem na divisa com o Chile, quer dizer, na linha imaginária que determina que a 100 metros dali de onde estávamos já era o Chile. Não existe ali qualquer controle de imigração, o controle se faz bela barreira natural dos Andes e das baixíssimas temperaturas. Não há cidade por perto.

Adoramos andar sob a neve, um frio de rachar. Pés e mãos congelados. A ponta do nariz também ficou até dormente.

Primeira parte do passeio concluída. Adorei andar sobre a neve e sob a neve mas, ver a neve caindo de dentro da van, sem dúvida é muito mais confortável.


No Trem do Fim do Mundo







Baía de Lapataia


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